05/12/2011

No FIM o que importa é ser feliz


Dois momentos me marcaram bastante neste festival, quase arrancam uma lágrima dos meus olhos. O primeiro foi assistir um esboço do que será o terceiro episódio da “Onda, Festa na Pororoca” presenciei o crescimento de uma criança, o primeiro episódio é fantástico, mas o terceiro tem magia, a criança está bonita e forte. O diretor Cássio Tavernard está fazendo a mágica da animação aqui no Norte, desenhos que encantam e fazem sorrir.

O segundo momento ocorreu no dia 02, a Mostra nas Muralhas da Fortaleza, um clima perfeito pra assistir filmes ao ar livre, sob um céu incrivelmente estrelado, mas as estrelas deram lugar a nuvens carregadas que tiveram a audácia de chover, foi passageiro, mas o suficiente pra fazer nosso público ir embora. Estávamos exaustos, decepcionados e preocupados com os equipamentos, então decidimos encerrar a sessão, mas, lá no horizonte, surgindo das sombras, uma onda de 500milhões de pessoas – número ainda não confirmado –  surge, era nosso público voltando, sedento por cinema, ligamos tudo de novo e cumprimos nosso dever, projetar.

Esses episódios, pra mim, sintetizam o 8° FIM, trouxemos renomados diretores, que se disseram apaixonados por tudo o que a gente realiza aqui. Aluízo Guimarães, já no caminho de casa, nos enviou uma carinhosa mensagem, destacando nossa coragem, esforço e como se sentiu acolhido. Isso mostra como nosso trabalho é importante e raro, não é em todo o Brasil que existe gente doida o suficiente pra assumir uma responsabilidade tão grande dessas, a de apaixonar multidões através das imagens em movimento.

Também ficou claro como temos um público fiel, porém, ele foi dividido em uma semana de festival, por este motivo não conseguimos lotar o Teatro das Bacabeiras, o grande símbolo da cultura tucujú não ficou nada satisfeito com isso.         
Preparamos tudo para o povo amapaense, era só sentar na poltrona e curtir, mas não é assim que as coisas funcionam por aqui, tudo bem, não vamos forçar as pessoas a fazer valer o seu direito a cultura, direito negado tantas vezes e agora que ele está sendo dado e quase esfregado na cara não agarram essa oportunidade. Infelizmente não podemos forçar ninguém, mas deixa de amargura, parabéns as quase 753milhões de pessoas – número ainda não confirmado – que compareceram nestes sete dias de festival, vocês moram em nossos corações.

Mostramos como fazer um evento profissional – grande e complexo – sem todo aquele recalque do “ser profissional”, sem ninguém precisar dar uma de chefinho, sem xurumelas e sem um rigor desmotivador. Um ambiente leve, porém, frenético de trabalho, o que se respirava lá era amor por transformar o mundo através do brilho forte dos olhos do projetor, o grupo do FIM terminou esta semana MUITO MAIS FORTE do que começou, fizemos novos amigos que entenderam e sentiram o que fazemos, até porque isso não se explica, se sente, nos envolve e nos deixamos levar, simplesmente. Trabalhamos com o coração, é o nosso jeito, sabe? A primeira regra do FIM é ser feliz, a segunda regra do FIM é ser feliz e a terceira regra do FIM é SER FELIZ!

Amigos, Colegas, Público, Parceiros e Patrocinadores.

Parabéns à todos.

Rodrigo Santos de Souza “Aquiles”





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