
Ao
longo de suas edições, o Festival Imagem-Movimento define um mote, uma
frase que norteia o festival e define a identidade de cada edição. Uma
forma de comunicar a mensagem social, cultural e política que permeia
toda a organização do evento.
Nesta
19ª edição, diante da grave ameaça que impacta diretamente as vidas
amapaenses e todo o bioma amazônico, o FIM traz como mote e evocação
coletiva a frase “Vida, Clima e Ancestralidade: a Amazônia não custa
petróleo”.
A exploração de gás e
petróleo na costa do Amapá vem avançando incisivamente nos últimos dois
anos e coloca em grave ameaça a existência de ecossistemas, comunidades,
modos de vida e saberes. A bacia da foz do Amazonas, região de foco da
indústria petrolífera, está localizada em terras indígenas de ao menos
quatro grupos étnicos que habitam as terras do Oiapoque. A região abriga
também ecossistemas variados como mangues, florestas tropicais e o
grande sistema de recifes da Amazônia.
O
Amapá, assim como boa parte da Amazônia, sofre um ciclo histórico de
exploração dos seus recursos naturais, sem que a população sinta
benefícios reais em sua qualidade de vida. O que se observa é o oposto,
os passivos ambientais ficam e os benefícios são exportados e usufruídos
em outras paragens.
A
diversidade dos ecossistemas assegura um equilíbrio ambiental nacional e
global. Respeitá-la e preservá-la é manter em segurança nossas vidas,
nosso clima e nossa ancestralidade.
Enquanto
festival, buscamos enfatizar as perdas e apagamentos que são iminentes
com tal ameaça socioambiental, trazendo como ferramenta de diálogo e
comunicação o audiovisual independente.
Nossas vidas não custam petróleo! Estamos em alerta, firmes e fortes!