Dois momentos me marcaram bastante
neste festival, quase arrancam uma lágrima dos meus olhos. O primeiro foi assistir
um esboço do que será o terceiro episódio da “Onda, Festa na Pororoca” presenciei
o crescimento de uma criança, o primeiro episódio é fantástico, mas o terceiro
tem magia, a criança está bonita e forte. O diretor Cássio Tavernard está
fazendo a mágica da animação aqui no Norte, desenhos que encantam e fazem
sorrir.
O segundo momento ocorreu no dia 02,
a Mostra nas Muralhas da Fortaleza, um clima perfeito pra assistir filmes ao ar
livre, sob um céu incrivelmente estrelado, mas as estrelas deram lugar a nuvens
carregadas que tiveram a audácia de chover, foi passageiro, mas o suficiente
pra fazer nosso público ir embora. Estávamos exaustos, decepcionados e preocupados
com os equipamentos, então decidimos encerrar a sessão, mas, lá no horizonte,
surgindo das sombras, uma onda de 500milhões de pessoas – número ainda não confirmado – surge, era nosso público voltando, sedento por cinema, ligamos tudo de
novo e cumprimos nosso dever, projetar.
Esses episódios, pra mim, sintetizam
o 8° FIM, trouxemos renomados diretores, que se disseram apaixonados por tudo o
que a gente realiza aqui. Aluízo Guimarães, já no caminho de casa, nos enviou
uma carinhosa mensagem, destacando nossa coragem, esforço e como se sentiu
acolhido. Isso mostra como nosso trabalho é importante e raro, não é em todo o Brasil
que existe gente doida o suficiente pra assumir uma responsabilidade tão grande
dessas, a de apaixonar multidões através das imagens em movimento.
Também ficou claro como temos um
público fiel, porém, ele foi dividido em uma semana de festival, por este
motivo não conseguimos lotar o Teatro das Bacabeiras, o grande símbolo da cultura
tucujú não ficou nada satisfeito com isso.
Preparamos tudo para o povo amapaense, era só sentar na poltrona e curtir, mas
não é assim que as coisas funcionam por aqui, tudo bem, não vamos forçar as
pessoas a fazer valer o seu direito a cultura, direito negado tantas vezes e
agora que ele está sendo dado e quase esfregado na cara não agarram essa oportunidade.
Infelizmente não podemos forçar ninguém, mas deixa de amargura, parabéns as
quase 753milhões de pessoas – número ainda não confirmado – que compareceram nestes sete
dias de festival, vocês moram em nossos corações.
Mostramos como fazer um evento
profissional – grande e complexo – sem todo aquele recalque do “ser
profissional”, sem ninguém precisar dar uma de chefinho, sem xurumelas e sem um
rigor desmotivador. Um ambiente leve, porém, frenético de trabalho, o que se
respirava lá era amor por transformar o mundo através do brilho forte dos olhos
do projetor, o grupo do FIM terminou esta semana MUITO MAIS FORTE do que
começou, fizemos novos amigos que entenderam e sentiram o que fazemos, até
porque isso não se explica, se sente, nos envolve e nos deixamos levar, simplesmente.
Trabalhamos com o coração, é o nosso jeito, sabe? A primeira regra do FIM é ser
feliz, a segunda regra do FIM é ser feliz e a terceira regra do FIM é SER
FELIZ!
Amigos, Colegas, Público, Parceiros e Patrocinadores.
Parabéns à todos.
Parabéns à todos.
Rodrigo Santos de Souza “Aquiles”