Sim, chegamos a nossa 13ª
edição. Não imaginávamos que a fagulha inicial que provocou nossa primeira
edição pudesse nos projetar tão longe nesse espaço-tempo. Continuamos nos
impondo desafios e agregando ideias com as quais esbarramos nesse caminho
oscilante que o número 13 tenta dar conta. Nosso percurso é marcado por
inúmeras bifurcações, somos afluentes de um rio caudaloso, é isso que nos torna
reincidentes na realização desse evento.
Nossos olhos continuam
falando, nossa boca continua enxergando, nossos ouvidos continuam sonorizando, tudo isso para construir e
digerir narrativas sobre o mundo, as pessoas, as relações. Fazer audiovisual no
lugar em que fazemos e da forma como fazemos é nosso modo de construir a
dissonância, de não silenciar vozes, de não deixar ombros curvarem-se diante do
assalto às mais elementares necessidades do ser.
Os olhos que não calam
estão espalhados por diversas fissuras sociais, em diversas frentes se fazem
notar, são retinas estridentes que buscam fazer nossa racionalidade aflorar e
entender que a maior prova que podemos dar sobre nossa inteligência é cessar
com uma série de ações que nos fazem parecer um vírus letal nesse organismo que
é o planeta.
As narrativas que nos
chegam de diversos lugares do Brasil, ao tocarem a tela de projeção, fecharão
um ciclo que mobiliza milhares de realizadores audiovisuais do país todo. Eles
imprimem, em cada segundo de audiovisual que produzem, suas utopias, seus
quereres, suas dúvidas. São reflexões sobre o mundo e seus desmandos, sobre
autoridades infladas e sobre opressões travestidas de normalidades. Nosso
empenho é fazer desse 13º FIM uma caixa de ressonância que traga a Macapá parte
da visceralidade que a produção independente do audiovisual brasileiro possui.
Por: Carla Antunes, artista visual e Alexandre Brito, jornalista.
Por: Carla Antunes, artista visual e Alexandre Brito, jornalista.
* Frame do longa-metragem O Jabuti e a Anta