26/06/2021

Saiba quem são os jurados da Mostra Fôlego! do XVII FIM

 


Todos os anos, o Festival Imagem-Movimento (FIM) realiza a Mostra Fôlego!, voltada exclusivamente para as produções audiovisuais do Amapá. A Mostra Fôlego! é competitiva e conta com a votação do público e também de jurados que fazem parte do mundo do cinema. 

Nesta XVII edição, o FIM convidou dois jurados para votarem e avaliarem os filmes amapaenses: a documentarista e poeta Jade Rainho (PA) e o diretor Sérgio de Carvalho (AC), diretor do Festival Pachamama, festival de cinema do Acre.


Critérios de seleção

Para escolher o melhor filme amapaense, os jurados seguirão alguns critérios: relevância da produção para a cena audiovisual amapaense; aspectos técnicos da produção (direção, fotografia, roteiro, atuação, direção de arte, direção de som) e produção de baixo orçamento e/ou coletiva e/ou proveniente de projetos sociais colaborativos. Mas também utilizarão critérios próprios para definir suas escolhas, de maneira que a seleção seja equilibrada.

Desta forma, o processo de seleção segue a mesma linha que permeia o sentido geral do festival. 

A soma dos votos dos jurados junta-se à soma dos votos do júri popular e, assim, é selecionado o filme vencedor do Prêmio Gengibirra de Audiovisual+R$ 2.500 em incentivo financeiro.

Nesta edição o filme destaque da Mostra Fôlego! será anunciado na Festa Auvaitssê, que será transmitida ao vivo pelo canal do festival, no YouTube, no domingo, 27. 

A premiação acontece a partir das 21h30.

Quem é Jade Rainho 


Jade Rainho é cineasta, documentarista, poeta, pesquisadora cultural, educadora e ativista pelos direitos humanos e ambientais. Graduada em Comunicação Social pela UFRGS (2004-2010), estudou Ciências Sociais e Poéticas Visuais na USP, em 2012. Iniciou sua carreira no mercado publicitário como planejamento estratégico e pesquisadora cultural e comportamental, participando de estudos para instituições e marcas como Akatu – Pelo Consumo Consciente, ISA – Instituto Socioambiental, Rede Globo, Nike, Lacoste, Coca-Cola e Kraft Foods. 

Em 2011, foi cofundadora do Estúdio Lâmina em São Paulo – apontado como referência em movimento cultural e arte contemporânea brasileira por jornais brasileiros e revistas internacionais. Em 2013, com o “Raiz das Imagens: Cinema-Ação Etapa Xavante”, deu aulas de documentário para jovens indígenas Xavantes e viveu por dois meses na aldeia Guadalupe, Reserva de São Marcos (MT).

Em 2014, lançou “Flor Brilhante e as Cicatrizes da Pedra”, seu primeiro documentário de curta-metragem, uma produção ativista, independente e colaborativa, que apresenta a história de uma família de rezadores guarani-kaiowá da aldeia Jaguapiru, Reserva de Dourados (MS), que há 40 anos vive violações de direitos ambientais e humanos devido à mineração em terra indígena. O filme estreou na sala de cinema do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, como parte da Virada Cultural 2014. Desde então, foi exibido em mais de 60 festivais e mostras em 21 países, traduzido para seis línguas e premiado no Brasil, Bolívia, Peru e México. Entre 2014 e 2015, participou do projeto educativo “Sons Diamantinos”, documentando sua atuação em nove vilarejos da Chapada Diamantina (BA), resultando no documentário de curta-metragem “Sons Diamantinos – Agricultura Celestial” e no livro de fotografia “Imagens Diamantinas”. Em 2017, publicou o livro de poesia “Canção da Liberdade”. Desde 2018, está produzindo seu primeiro longa-metragem, “Toda Vida é uma Obra de Arte”, que se encontra em fase de montagem.


Quem é Sérgio de Carvalho 


Sérgio de Carvalho é diretor, produtor e escritor.

É formado em Cinema pela Universidade Estácio de Sá. Na direção assina os projetos: séries de TV “Nokun Txai - Nossos Txais” (2016/2017) e “O Olhar Que Vem de Dentro” (2017); Nesse ano também dirigiu o longa documentário “Empate”, que ficou em 2º lugar na escolha do público na 8ª Mostra Ecofalante de Filme Ambiental e o curta de animação “Awara Nane Putane - Uma História do Cipó” (2010). Há oito edições dirige o Festival Internacional Pachamama – Cinema de Fronteira, além de dirigir o programa “Almanaque Aquiry” da TV Aldeia/Acre (2008).

Como produtor realizou os projetos “Bimi”, “Shu Ikaya” (média-metragem de 2017); “Ticket to Paradise – Al Jazeera” (2013); os documentários para TVs “Epopeia Euclydeacreana” (2008) e “Mergulho” (2009/10). Foi coordenador da região Norte do Projeto Inventar com a Diferença - Cinema e Direitos Humanos (2014), UFF e Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.

É autor dos livros “Outros Morangos” (Contos/2015) e “Noites Alienígenas”, vencedor do concurso Garibaldi Brasil de Literatura (Romance/2010).

Atualmente está em fase de produção do longa-metragem “Noites Alienígenas”, selecionado no Edital Longa BO, do Minc/SAv.


O mais antigo do Norte


O FIM acontece anualmente em terras amapaenses, desde 2004, consolidando-se, ao chegar à sua XVII edição, como o festival de audiovisual mais antigo da região Norte do país. Este ano, o evento conta com recursos provenientes da Lei Aldir Blanc, de emergência cultural, captados através de editais da Secretaria de Estado da Cultura do Amapá (Secult-AP). Além de sua tradicional equipe de realizadores independentes, esta edição é assinada também pela Oca Produções.

Assista à programação do XVII FIM:


XVII FIM: Roda de conversa “Cinema e Questões Indígenas” abre a programação deste sábado


Buscando causar uma reflexão sobre o assunto: Cinema e questões indígenas, foram convidados cineastas que abordam em seus filmes o universo indígena, variando entre a realidade e a ficção, apresentando temáticas políticas e sociais. São eles: Luiz Bolognesi, um cineasta que possui uma extensa bagagem de conhecimento cinematográfico, juntamente com uma longa estrada no cinema brasileiro, com filmes de ficção conhecidos, como o “Bicho de 7 cabeças”. Nos últimos anos, Luiz, vem evidenciando consigo temas políticos e questões indígenas. Como em seu filme “Ex-Pajé”, publicado em 2018 e mais recentemente, “A Última Floresta”. E Davi Galibi Marworno, que é um jovem cineasta amapaense, indígena da etnia Galibi Marworno do Oiapoque, que vem se destacando com suas produções. Possuindo um olhar político social, mostrando a vivência, a luta, a identidade do seu povo, buscando fazer uma conexão entre seu universo indígena e o Brasil. 

A roda de conversa tem como foco abordar este universo de produções indígenas, que retratam as questões destas comunidades, além de toda a luta que eles têm enfrentado no cenário político nacional, a exemplo da PL 490, que altera a legislação da demarcação de terras indígenas, representando um atraso e uma das piores perdas da luta e resistência indígena, nos últimos anos. Em paralelo a isso, produções de um cineasta não indígena, que abordam também esta temática. Sendo assim, a intenção maior é promover esse diálogo de cineastas que vêm de vivências distintas, mas que produzem audiovisual a partir de uma mesma temática. 

Mais sobre o cineasta Davi Galibi Maworno


Indígena do povo Galibi-Marworno, Davi trabalha na área de audiovisual como produtor, tanto na área da filmagem quanto de edição de vídeo. Já trabalhou na formação de agentes audiovisuais e atualmente está mais inserido em documentários e videoclipes sobre as questões indígenas.

Mais sobre o cineasta Luiz Bolognesi


Atua há mais de vinte anos no cinema brasileiro como roteirista, produtor e diretor de cinema. Como diretor, seu mais recente trabalho, “A Última Floresta” teve sua estreia mundial no Festival de Berlim em 2021. O xamã Davi Kopenawa Yanomami assina o roteiro em parceria com Bolognesi. Dirigiu a série documental “Guerras do Brasil” (Buriti Filmes e EBC/TV Brasil); Ex-Pajé (2018), que recebeu menção honrosa de melhor documentário do Festival de Berlim 2018, assim como foi premiado como Melhor Fotografia no Festival Présence Autochtone (Canadá, 2018) e Hugo de Prata no Festival Internacional de Chicago (2018). No Brasil, foi premiado pela crítica como melhor filme no festival de documentário É Tudo Verdade 2018.

Como roteirista, escreveu os roteiros dos filmes Bicho de Sete Cabeças (2001), O Mundo em Duas Voltas (2006), Chega de Saudade (2007), As Melhores Coisas do Mundo (2010) e Amazônia, Planeta Verde (2014), que receberam prêmios de melhor roteiro da Academia Brasileira de Cinema, APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e nos festivais de Brasília e Recife.

De 1996 a 2015, ao lado da também cineasta Laís Bodanzky, Bolognesi coordenou os projetos de cinema itinerante e oficinas audiovisuais Cine Mambembe e Cine Tela Brasil, promovendo o encontro entre cinema e educação nas comunidades de baixa renda. O projeto já levou mais de 1.3 milhões de pessoas ao cinema em 759 bairros de todo o Brasil e produziu mais de 450 curtas de jovens moradores de periferias.

Link da roda de conversa:

https://www.youtube.com/user/imagemovimento


SERVIÇO - XVII Festival Imagem-Movimento

Coordenação de Comunicação
Roda de Conversa - Questões Indígenas
Data: 26/06
Hora: 18h30
Convidados: Luiz Bolognesi (SP) e Davi Galibi Maworno (AP) 



25/06/2021

Resenha Cinéfila: Mostra Fôlego - Sessão 3

 Por Roberto Dias



Olá, lindezas!

Hoje, em nossa amada mostra de filmes locais, tem tanta coisa boa que é difícil saber em quem votar como melhor filme. Aliás, acho que todos esses trabalhos que estão concorrendo estão no topo dos melhores trabalhos audiovisuais de nosso estado, não é à toa que estão aqui nessa mostra. Pra tentar dar uma mãozinha na escolha, eu vou dar prosseguimento às resenhas que vocês têm visto por aqui. Bora que é muita coisa boa.

“Butterfly”, dirigido por Saturação, nos conclama a refletir sobre a nossa condição interna. É um questionamento sobre o eu, sobre como nos sentimos e como esses sentimentos mudam o tempo todo.

Em “Montanha dourada”, dirigido por Cassandra Oliveira, as portas de uma pequena panificadora abrem com o véu noturno ainda cobrindo a madrugada. Temos a tranquilidade sendo quebrada pelas conversas dos primeiros transeuntes, pelo galo que canta ao longe. É a história de um lugar, o Garimpo do Lourenço, no Amapá, onde se gastam vida e sonhos em busca da riqueza impressa no ouro que se esconde naquela região, onde olhares e sotaques se misturam em busca do cobiçado minério. São relatos verdadeiros, intrigantes, emocionantes e até mesmo reflexivos. Impossível não se envolver emocionalmente com esse filme.

“Plano do século”, de Saturação, traz um rap sobre as condições de trabalho e de vida das pessoas que vivem em regiões periféricas. Os preconceitos, a dureza, e todos esses problemas que a pobreza e o desinteresse estatal causam a toda uma população. As letras batem forte numa tecla que muitos podem até dizer que é repetida, mas é necessária, muito necessária. 

“Minas armadas” traz um olhar mais que necessário sobre as dificuldades que uma mulher passa no dia-a-dia só por ser mulher. A direção performática de Brenda Zeni, com sua música instigante e cheia de criatividade, tanto nos arranjos, quanto nos vocais provocativos, também traz relatos de mulheres que sofreram as feridas de um mundo patriarcal, inclusive mulheres trans, o que nos faz refletir sobre como podemos mudar isso, o que é algo sempre muito importante.

“Renúncia” é um clipe cheio de lirismo, tanto visual quanto verbal. Dirigido por Beatriz Belo, esse vídeo é parte do terceiro EP da banda “Desiderare”, trazendo, como sempre, as apaixonantes canções da banda que conta com a vocalista Lara Utzig. São imagens e recortes tão cheios de poética quanto a música que o vídeo ilustra. 

“Utopia” é um filme que nos insere no olhar de sua diretora, Rayane Penha, onde enxergamos, emocionados, o ponto de vista de homens que trabalham no garimpo, assim como o próprio pai da diretora, falecido no garimpo, mas que está presente na narrativa através dos relatos de companheiros de trabalho, de sua esposa e de sua filha, que nos arranca lágrimas devido à sensibilidade em que nos insere em um mundo onde seres humanos são enterrados no barro e na lama em busca de uma vida utópica, deixando para trás os amores e, muitas vezes, a própria vida.

O clipe “Deusa” traz as imagens de um homem apaixonado, que busca essa conexão poética com sua “Deusa”. Uma bela canção na linda voz de João Amorim embala o clipe, e é impossível não sentir aquela vontade de amar.

E esses são os nossos concorrentes de hoje. Acesse lá na nossa página no YouTube e vote naquele filme que você achar melhor. Um grande beijo e até as resenhas de amanhã, minhas lindezas!


Link da sessão 3 da Mostra Fôlego!: 



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