Por Roberto Dias
Olá, lindezas!
Hoje, em nossa amada mostra de filmes locais, tem tanta coisa boa que é difícil saber em quem votar como melhor filme. Aliás, acho que todos esses trabalhos que estão concorrendo estão no topo dos melhores trabalhos audiovisuais de nosso estado, não é à toa que estão aqui nessa mostra. Pra tentar dar uma mãozinha na escolha, eu vou dar prosseguimento às resenhas que vocês têm visto por aqui. Bora que é muita coisa boa.
“Butterfly”, dirigido por Saturação, nos conclama a refletir sobre a nossa condição interna. É um questionamento sobre o eu, sobre como nos sentimos e como esses sentimentos mudam o tempo todo.
Em “Montanha dourada”, dirigido por Cassandra Oliveira, as portas de uma pequena panificadora abrem com o véu noturno ainda cobrindo a madrugada. Temos a tranquilidade sendo quebrada pelas conversas dos primeiros transeuntes, pelo galo que canta ao longe. É a história de um lugar, o Garimpo do Lourenço, no Amapá, onde se gastam vida e sonhos em busca da riqueza impressa no ouro que se esconde naquela região, onde olhares e sotaques se misturam em busca do cobiçado minério. São relatos verdadeiros, intrigantes, emocionantes e até mesmo reflexivos. Impossível não se envolver emocionalmente com esse filme.
“Plano do século”, de Saturação, traz um rap sobre as condições de trabalho e de vida das pessoas que vivem em regiões periféricas. Os preconceitos, a dureza, e todos esses problemas que a pobreza e o desinteresse estatal causam a toda uma população. As letras batem forte numa tecla que muitos podem até dizer que é repetida, mas é necessária, muito necessária.
“Minas armadas” traz um olhar mais que necessário sobre as dificuldades que uma mulher passa no dia-a-dia só por ser mulher. A direção performática de Brenda Zeni, com sua música instigante e cheia de criatividade, tanto nos arranjos, quanto nos vocais provocativos, também traz relatos de mulheres que sofreram as feridas de um mundo patriarcal, inclusive mulheres trans, o que nos faz refletir sobre como podemos mudar isso, o que é algo sempre muito importante.
“Renúncia” é um clipe cheio de lirismo, tanto visual quanto verbal. Dirigido por Beatriz Belo, esse vídeo é parte do terceiro EP da banda “Desiderare”, trazendo, como sempre, as apaixonantes canções da banda que conta com a vocalista Lara Utzig. São imagens e recortes tão cheios de poética quanto a música que o vídeo ilustra.
“Utopia” é um filme que nos insere no olhar de sua diretora, Rayane Penha, onde enxergamos, emocionados, o ponto de vista de homens que trabalham no garimpo, assim como o próprio pai da diretora, falecido no garimpo, mas que está presente na narrativa através dos relatos de companheiros de trabalho, de sua esposa e de sua filha, que nos arranca lágrimas devido à sensibilidade em que nos insere em um mundo onde seres humanos são enterrados no barro e na lama em busca de uma vida utópica, deixando para trás os amores e, muitas vezes, a própria vida.
O clipe “Deusa” traz as imagens de um homem apaixonado, que busca essa conexão poética com sua “Deusa”. Uma bela canção na linda voz de João Amorim embala o clipe, e é impossível não sentir aquela vontade de amar.
E esses são os nossos concorrentes de hoje. Acesse lá na nossa página no YouTube e vote naquele filme que você achar melhor. Um grande beijo e até as resenhas de amanhã, minhas lindezas!
Link da sessão 3 da Mostra Fôlego!: