2015: ano da décima segunda
edição do Festival Imagem-Movimento e Ano Internacional da Luz. Como não
imaginar convergências e reverberações?
A luz é a matéria prima do
cinema, é o que nos fascina quando olhamos para as estrelas, para o poente. Sob
a luz solar nosso corpo produz vitaminas raras. Ao ter um filho, dizemos que a
mulher “deu a luz”. Luz é energia e sua constituição é tão misteriosa que os
cientistas dizem que a luz se comporta como partícula e como onda, ao mesmo
tempo. A luz é a “coisa” mais rápida que se conhece. Fotografia significa
literalmente “desenho com a luz”, a fotografia do cinema é imagem-movimento, é luz
em movimento, embalada pelo som, que é a pulsação, o lado reservado, intuitivo,
sensível, misterioso, intenso e introspectivo da relação som-imagem do
audiovisual.
O som é mais discreto que a
imagem, mas seu impacto toca mais fundo quem assiste a um filme, o envolvimento
é sutil e certeiro. As ondas sonoras tocam literalmente na pele, o som arrepia,
gera vibrações, reverbera, ecoa, assusta, amplia as imagens e nos transporta
para os mais diversos contextos. É, portanto, também um componente indispensável
ao audiovisual.
No raio, a luz anuncia o som, que
esbraveja sua fúria e estremece até mesmo os mais atentos. A metáfora do raio é
o ponto de união entre a luz e o som no mote do XII FIM: primeiro o relâmpago,
depois o trovão. A síntese disso é a imagem e o som que, juntos, mostram a
fúria (força) de uma descarga de luz/energia atmosférica, simbolizando a força
que o audiovisual tem em nossa cultura, assim como a força do movimento alternativo.
E é levando tantos fenômenos na garupa da nossa bicicleta-projetora, que
partimos para mais uma edição: XII
FIM - Luz, som e fúria.